Desabafos

domingo, agosto 28, 2005

Completely Empty

Você faz uma programação e resolve levar a sério, cumprir por mais difícil que seja. Os dias vão passando e, para sua surpresa, você está conseguindo atingir os objetivos. Você se olha no espelho e, pela primeira vez em muito tempo, sente orgulho de você, se sente capaz de fazer alguma coisa, de ser alguém um dia. E sorri.
Acontece que Murphy é seu amigo e não dá nem tempo de você desfazer o sorriso para vir lhe presentear. E nem é nada muito grande, não; mas não são exatamente as pequenas coisas que nos atrapalham, que no fazem perder a concentração e, por fim, praticamente destróem toda a programação?
Não é um telefonema que muda seu dia? Ou uma simples mensagem? É...às vezes basta isso para fazer ou acabar com nosso dia. E foi exatamente assim que aconteceu com você, não foi? Um pequeno problema familiar, um mal-entendido, uma palavra apenas...ou a ausência dela, na maioria das vezes. O jeito que ele fala com você ao telefone se tiver alguém do lado, bem na hora em que você mais está precisando ouvir as coisas lindas que ele costuma dizer; a cólica, os calafrios, o mau-humor que se segue à ela...
Quando você vê, o dia acabou; e você, mais uma vez, não fez nada de útil com ele. Logo agora que você estava indo tão bem, logo agora que você viu que é possível, sim, se concentrar, ficar alheia a tudo(ou quase) e passar horas e horas concentrada naquilo, logo agora que você se deu conta que você nem odeia seu trabalho - é só falta de algum tipo de estímulo...financeiro, talvez? - logo agora que as dúvidas começaram a surgir e a vontade de descobrir a resposta para cada uma está tomando conta de você!
E você volta para onde estava: à estaca zero. Volta a se sentir vazia e sem significado e você nem está aqui para ver isso. Você, que se preocupava tanto. Você se desestimula outra vez e sabe que para sentir isso novamente vai ser complicado - MUITO. Você se conhece e conhece muito bem um dos seus piores defeitos: só funcionar sob pressão. Isso te angustia porque não pode ser assim, você não pode deixar isso ser assim, não pode permitir que os dias de rotina tomem conta de você, deixem você se acomodar. Você quer voltar a sentir que sabe alguma coisa, quer ter de novo aquela sensação de dever cumprido, ainda que seja só para você ver que, no fim das contas, não tenha absorveu muito daquilo tudo. É gostoso, é gratificante e é a isso que você se prende quando quer reunir forças para voltar. Mas não consegue.
É, eu sempre disse que você era uma fraca. Tá começando a enxergar, hein?

1 Comments:

  • At agosto 29, 2005 3:00 PM, Blogger GVale said…

    Se o texto não fosse no feminno, jurava que teria sido eu quem escreveu. Na verdade, não... Mas acharia que teria sido escrito pra mim. Vixe!

    Outro defeito meu: vez por outra tenho a errônea impressão de que o mundo gira ao meu redor. Obviamente, sempre quebro violentamente a cara com isso.

     

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