Desabafos

quinta-feira, julho 28, 2005

De repente, não mais que de repente.

Recife, 17 de maio de 1996.
Fortaleza, 22 de março de 1998.

Soneto da Separação - Vinícius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silêncioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


Foi o que ficou. Esse trecho do soneto aí...foi o que ficou guardado em minha memória após a declamação na minha longíqua 6a série. Claro que eu sei o soneto todo, mas esse verso é o mais forte pra mim.

Mas não vim aqui falar disso. Só postar mesmo.