Desabafos

segunda-feira, abril 17, 2006

Big Fat Lies

Tinha acabado de assistir o melhor filme de todos os tempos atuais, feito um "novo amigo", amigo de uma amiga e, por assim dizer, confiável.

Estava rindo, alegre e satisfeita por alguns instantes, maquinando mil e uma maneiras de explodir vários prédios importantes e cabeças idem.

Foi quando me dei conta que estava em uma livraria. Sim, uma livraria. Simplesmente um dos meus programas favoritos da vida inteira, desde sempre. E eu comecei a me sentir mal. Não senti interesse por nada do que havia ali, mesmo com indicações, placas de "mais vendidos", "lançamentos". Nada.

Fugi, mais uma vez. Corri para o banheiro mais o próximo, sentei e chorei. De novo, um choro engasgado e inaudível, as lágrimas escorrendo compulsivamente pelo meu rosto, eu sem reação, sem conseguir me levantar.

Corri para você, mais uma vez. E já assim, falando e pedindo desculpas porque nada disso é justo, nem comigo, nem com você.

Mais tarde, quando eu já nem lembrava mais dessa cena, quando tudo parecia muito distante e tudo o que eu queria era conhecer algumas pessoas novas e legais - como são as que eu tenho conhecido - meu celular vibra e lá está ela: sua mensagem.

Simples, curta, mas cheia de afeto e demonstração de carinho e preocupação. Quase que um conforto, não fosse o fato de ter sido enviada por você.

Como pode alguém me fazer tão bem e tão mal ao mesmo tempo? Sentei e não chorei dessa vez. Não deixaram. Também não comecei a beber, porque não ia resolver nada e, para piorar, hoje eu não conseguiria escrever isso aqui.

Fiquei pensando, apenas. Pensando em nós dois. Aqui, ali, em qualquer lugar, como o cd da Rita Lee. As lágrimas vieram, é claro. Mas eu me controlei um pouco mais e fingi que nada daquilo estava acontecendo, que não era comigo, que eu não estava sentindo nada daquilo e que você não mexe mais comigo.

Que tanto faz como tanto fez você ter passado pela minha vida e que é indiferente, hoje, termos contato ou não. Que eu não sinto a sua falta. Que eu não quero o seu abraço apertado - que diz tudo sem dizer nada - mais do que tudo no mundo.

Tudo mentira. Você sabe. Melhor do que eu, até.

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