No balanço do mar
E toda vez que eu entrava naquele banheiro, começava a me sentir mal. Não sei exatamente o que era, mas desconfio que fosse o cheiro do exaustor ao ser ligado. Resolvi, portanto, deixá-lo continuamente ligado. Melhorou, realmente.
O fato é que, independente de o exaustor estar ligado ou não, eu sentia náuseas. Tão fortes que cheguei a vomitar várias vezes, em ocasiões diferentes.
O engraçado de tudo isso é que, aos poucos, após o 3º banho mais ou menos, passei a sentir a boa e velha sensação déjà vu. E não entendia o porquê, e ir ao banheiro tornou-se um verdadeiro motivo de angústia para mim.
Até que eu descobri: estava lá, bem no fundo, memórias, lembranças e recordações de minha infância. O tal banheiro remetia-me diretamente às maravilhosas viagens de navio que marcaram a minha vida, minha infância, especialmente. O barulho daquele exaustor, o abafado do banheiro, o cheiro da água, inclusive. Tudo me fazia lembrar. A única coisa que estava diferente daquelas inesquecíveis viagens era o balanço do mar. Naquele hotel simples e confortável, faltava-me apenas uma coisa: o balanço do mar.
E tomou conta de mim toda aquela sensação de nostalgia, bucolismo e saudade dos tempos de outrora. E eu desejei mais que tudo fazer mais uma viagem de navio, nem que fosse a última. Sinto uma necessidade enorme disso – há muito tempo – e quanto mais o tempo vai passando, mais a vontade aumenta, apesar de a cada instante se tornar mais concreta essa impossibilidade.
O que me dói mais é que não posso falar sobre isso com você. Você se ofende, como se eu desejasse você longe de novo. Não, muito pelo contrário. É apenas um desejo tolo e a maior prova de que aquelas eram as melhores férias da minha vida, talvez as melhores que alguém pudesse ter. E eu apenas queria ter a oportunidade de reviver aquilo tudo de novo.
A certeza de saber que sou o que sou graças a vocês.
A certeza de saber que o poço de cultura que possuo é graças a vocês.
A certeza de saber que viajei o Brasil todo e um pouco do exterior graças a vocês e a você, especialmente, apesar da saudade, das dificuldades e de todos os sacrifícios que todos fizemos em prol disso.
Te amo, pai.
Obrigada pela paciência, pelas noites em claro nos últimos meses, por me agüentar simplesmente. Porque nem eu me agüento, nem ninguém. Só você e mãinha.
Obrigada pelo apoio, pela força, por tentar inutilmente me animar e me garantir sempre que eu não tenho com o quê me preocupar, apesar de não fazer efeito.
Obrigada pelos cafunés e por não me tratar mal com as inúmeras patadas que eu tenho dado em todos vocês.Um dia, espero que logo, hei de poder agradecer a tudo isso e muito mais.
O fato é que, independente de o exaustor estar ligado ou não, eu sentia náuseas. Tão fortes que cheguei a vomitar várias vezes, em ocasiões diferentes.
O engraçado de tudo isso é que, aos poucos, após o 3º banho mais ou menos, passei a sentir a boa e velha sensação déjà vu. E não entendia o porquê, e ir ao banheiro tornou-se um verdadeiro motivo de angústia para mim.
Até que eu descobri: estava lá, bem no fundo, memórias, lembranças e recordações de minha infância. O tal banheiro remetia-me diretamente às maravilhosas viagens de navio que marcaram a minha vida, minha infância, especialmente. O barulho daquele exaustor, o abafado do banheiro, o cheiro da água, inclusive. Tudo me fazia lembrar. A única coisa que estava diferente daquelas inesquecíveis viagens era o balanço do mar. Naquele hotel simples e confortável, faltava-me apenas uma coisa: o balanço do mar.
E tomou conta de mim toda aquela sensação de nostalgia, bucolismo e saudade dos tempos de outrora. E eu desejei mais que tudo fazer mais uma viagem de navio, nem que fosse a última. Sinto uma necessidade enorme disso – há muito tempo – e quanto mais o tempo vai passando, mais a vontade aumenta, apesar de a cada instante se tornar mais concreta essa impossibilidade.
O que me dói mais é que não posso falar sobre isso com você. Você se ofende, como se eu desejasse você longe de novo. Não, muito pelo contrário. É apenas um desejo tolo e a maior prova de que aquelas eram as melhores férias da minha vida, talvez as melhores que alguém pudesse ter. E eu apenas queria ter a oportunidade de reviver aquilo tudo de novo.
A certeza de saber que sou o que sou graças a vocês.
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A certeza de saber que viajei o Brasil todo e um pouco do exterior graças a vocês e a você, especialmente, apesar da saudade, das dificuldades e de todos os sacrifícios que todos fizemos em prol disso.
Te amo, pai.
Obrigada pela paciência, pelas noites em claro nos últimos meses, por me agüentar simplesmente. Porque nem eu me agüento, nem ninguém. Só você e mãinha.
Obrigada pelo apoio, pela força, por tentar inutilmente me animar e me garantir sempre que eu não tenho com o quê me preocupar, apesar de não fazer efeito.
Obrigada pelos cafunés e por não me tratar mal com as inúmeras patadas que eu tenho dado em todos vocês.Um dia, espero que logo, hei de poder agradecer a tudo isso e muito mais.
4 Comments:
At maio 25, 2006 12:24 PM,
beto said…
Ei, tu voltou a escrever? Que bom, vou ficar vindo de novo aqui!!!
beijim.
At maio 31, 2006 2:56 PM,
mariella fassanaro. ou mari. ou ella. said…
os meus substitutos para pai nunca fizeram tanto. em compensação, tenho duas mães. :)
bom demais, né?!
At junho 08, 2006 6:22 AM,
Anônimo said…
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At julho 22, 2006 2:14 PM,
Anônimo said…
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