Desabafos

sábado, maio 13, 2006

Pra tu, que me chama de Clarice.


Uma das gargalhadas mais gostosas que já ouvi. E por isso a escolha desta foto.


Ontem conversamos, bem pouco, na verdade. Mas o suficiente para conseguir arrancar alguns sorrisos, tão raros e cada vez mais esparsos.

Eu sou fã assumida. Mesmo, desde sempre. Ele escreve como ninguém e ainda me incentiva, me chama de Clarice. Quisera eu escrever metade do que ele escreve. É de uma profundidade e sensibilidade sem tamanhos. Tem uma visão política firme, madura. É pra casar. Comigo, claro. Ao menos intelectualmente. Sempre trocamos informações e textos, mas ele é quem domina a coisa e me deixa nas nuvens a cada versinho que vou lendo. Sim, porque ele também é poeta. Desde pequeno. Desde os concursos de poesia de tempos de outrora.

Ele não sabe muito bem o que anda se passando, mas ele sente, sei que sente. Possuímos uma conexão infinita e única, raríssima. São 14 anos de amizade, não é pouca coisa não. A sua opinião me influencia demais, demais. Seu abraço de urso me tranqüiliza, me acalma, me acalenta. E faz tanto tempo que a gente não se abraça.

E eu vou à terrinha em busca dele e não o encontro. Mas ele está fazendo o que a gente há muito queria fazer, juntos: vivenciando. Vendo um pouquinho da experiência que o mundo nos traz. Mas dói demais a saudade. Dói não sentir teu abraço.

Minha melhor lembrança? Você não foi ao meu aniversário de 14 anos – nem nenhum dos outros meninos, porque ia um amigo meu de fora, lembra? – e logo depois ficou sabendo que eu ia deixar a terrinha. Chorou, pediu desculpas, passou a me ligar ainda mais. Aí, no último dia de aula, você liga. E me manda escutar uma música “I´ll always be right there” e tocou uma fita inteira, com a mesma música. Os dois chorando horrores ao telefone, as pessoas ao redor sem entender nada. E foi assim. Não sosseguei até o dia em que comprei o cd com essa música e sempre choro ao escutar. Até hoje.

Você tem a sensibilidade que todos deveriam ter. E tato também. Você está entre as melhores lembranças da minha infância das várias noites passadas lá em casa, seja estudando feito loucos, fazendo trabalhos ou jogando videogame.

Queria mais que tudo ter você perto de mim agora. Como nos velhos tempos. Como você disse uma vez, em 2002: nunca mais vamos ter aquilo que a gente tinha no colégio. E todos na mesa concordaram. Era a mais pura verdade. Você é um dos poucos que restou em minha vida e que sei que vai estar pra sempre.

Queria mais que tudo um abraço seu agora, daqueles bem apertados, de urso mesmo. E depois a gente entraria no carro e iria ou pro Bode ou pro Laça ou pro Mac. Ou só passear por aí mesmo; ou eu iria te ver, mais uma vez, jogando futebol na praia com os meninos, nas sextas à noite. E ia ficar tudo bem de novo. Pelo menos dentro de mim.

Tudo mudou. E não foi pouco. Nós mudamos. Crescemos, amadurecemos, somos adultos, cheios de responsabilidades agora, sonhos futuros e alguns já frustrados.

Só mais uma coisa: preciso de você em minha vida. Sempre.

Amo-te.

3 Comments:

  • At maio 13, 2006 4:00 PM, Blogger Asgardiano said…

    eu sei o que é isso.
    e sei que ter essa certeza, embora não pareça o bastante, é suficiente pra manter o coração em pé.

     
  • At maio 13, 2006 4:49 PM, Anonymous Anônimo said…

    Nunca, jamais antes, li uma declaracao de amizade tao linda. Voce me fazendo chorar de novo!!! Hahahaha. Amo-te, Moncao, unica demais. E se o nosso reencontro tarda, que tarde, mas que dure. Beijos com amor eterno.

     
  • At maio 15, 2006 4:47 PM, Blogger mariella fassanaro. ou mari. ou ella. said…

    uma declaração de amizade cheia de candura.

    beijos pra ti, que amo demais.
    [e é verdade, mansh.
    duvida não, que é sincero.]

     

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