Desabafos

sexta-feira, maio 12, 2006

Uma hora chega A hora

02:30h. A quem recorro? A você, mais uma vez. Sem retorno, óbvio. O que eu poderia esperar de alguém tão fraco como você?Alguém que não consegue sequer assumir os sentimentos e põe todas as expectativas de felicidade da sua vida em torno de um relacionamento?É querer demais, realmente.

Segue o desespero e a insônia e as horas passando e eu pensando na quantidade de coisas que tenho para fazer no dia seguinte. O choro tornou-se tão intenso que acabei vomitando. Nisso, você entra no quarto em meu socorro. E me faz companhia e me acalma como ninguém mais poderia fazê-lo. A gente conversa sobre tudo e, aos poucos, volto ame sentir calma, tranquila, quase segura de mim.

Tomo a maldita (bendita?) decisão, enfim. E dói. Dói encarar mais esse fracasso. Consigo cochilar por 1 hora e saio para finalizar o fracasso. Sim, porque não basta apenas pensar e achar que é sua única saída naquele momento. Tem que concretizar.

E fui. De mãos dadas com você. Parecendo sua filhinha de novo. Sua princesinha,como você diz. Pelo menos pra isso serviu:nos reaproximarmos. De uma forma estranha e muito egoísta da minha parte e muito paciente da sua, mas aconteceu. E eu agradeço a todo instante por isso.

E lá o medo se apoderou de mim. Me senti menor que um grão de areia. Coração apertado, lágrimas nos olhos. Sentar e repetir e repetir e repetir e repetir tudo aquilo que eu não gosto nem de lembrar. Tinha que ser feito alguma hora.

E foi impossível não lembrar de nós dois. Quando eu fui lá com sua mãe, organizar tudo por você. Meu coração apertado, me sentindo incapaz, de mãos atadas. E no dia seguinte, quando fomos juntos, de mãos dadas e você, na hora, não conseguiu:você, em meio a tudo aquio, foi mais forte que eu. Infinitamente mais forte.

E eu não fazia idéia do quão difícil tudo aquilo representava. Quer dizer, tinha uma idéia, claro. Mas vivenciar é completamente diferente. E sentei e chorei. E falei com as pessoas mais improváveis sobre isso tudo e elas foram mais que compreensivas, até me animou um pouco. Cheguei a pensar que ainda há pessoas boas no mundo, mas isso foi só por pouquíssimos instantes.

Encontrava-me destruída, sugada, arrasada emocionalmente e, mais uma vez, corri pra você. Um vício que tem que chegar ao fim. E logo. E você, prontamente, estava lá. Do seu jeito, claro. Abraçando, consolando, sem dizer uma só palavra, mas dizendo tudo apenas com o olhar.

E é por isso que eu ainda te amo e isso tudo é uma droga. Mas não vem ao caso agora. Você, definitavamente, se tornou o menor dos meus problemas. A mais longíqua lembrança de tudo de ruim da minha vida. Incrível, mas você não é o mais o centro do meu universo.

E até isso dói admitir. Porque eu sentia um prazer inigualável e incondicional nisso. Whatever.

E chegou o dia seguinte e eu, mais uma vez, contei e recontei e recontei e recontei e recontei tudo isso para as mais diversas pessoas, que pareceram compreender, mas me olharam, obviamente,com aquele olhar de pena, que todo mundo sabe reconhecer e que faz inconscientemente. Sabe como é? Olha no fundo dos seus olhos, balança a cabeça umas duas vezes concordando com você (muitas vezes sem ao menos prestar atenção) e depois põe a mão na sua cabeça dizendo:não se preocupe, tudo vai fcar bem, você tem o tempo que você quiser. Isso, claro, depois de perguntar como isso aconteceu.

E isso só piora tudo e só me faz me sentir mais e mais fracassada. E agora eu virei atriz, porque atendo o telefone com você cheia de novidades e muito entusiasmada com as suas. Tudo mentira. Não que eu não me interesse, na realidade. Simplesmente é mais forte que eu.

E vou parar aqui. Pesou demais por hoje. Amanhã falo do meu amigo repressor.

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