Desabafos

domingo, agosto 28, 2005

Maria Ninguém ou A Menina da Bolha

Estamos eu e Billie Holiday, fim de tarde de domingo, chorando nossa dores.

É que às vezes eu me sinto assim, correndo o risco de cair no lugar-comum, um quase nada. Um ser tão pequeno e insignificante neste universo tão vasto e neste mundo tão cheio de grandes personalidades, gênios, pessoas dotadas de um conhecimento extraordinário e tudo isso, ao invés de me deixar entusiasmada e feliz por poder vivenciar tudo isso, ao contrário, só me deixa mais deprimida.

Difícil admitir que estou deprimida quando tem tanta gente e tanta coisa pior acontecendo por aí...quem sou eu para me queixar? Mas, tenho que admitir, sou egoísta e estou, sim,deprimida. E você pergunta "deprimida por quê?". Querida, se eu soubesse, já estava dando um jeito. A única coisa que sei é que tenho muita vontade de chorar, por tudo. Choro se estou sozinha, se estou acompanhada, se tenho muita coisa pra fazer, se não tenho nada pra fazer (docemente iludida com a possibilidade de isso ser realmente possível), se amo, se sou amada, se não sou amada, se tenho, se não tenho.


É uma dor funda e sem explicação. Quer dizer, explicação deve ter, eu que ainda não encontrei. Não tenho ânimo, nem vontades, nem desejos e muito menos aspirações. Não quero ver nem falar com ninguém e, ao mesmo tempo, quero sentir que sou querida. Quero você por perto, mas não permito que você se aproxime. Quero receber ligações, mas não ligo pra ninguém nem pra dar um oi.


Não quero sair, não quero me arrumar, não quero arrumar todas aquelas coisas que estou adiando há tanto tempo. Mas não suporto nem lembrar que elas existem. Incomodam-me até mais do que a maneira como estou me sentindo. Mas não tenho coragem para fazer absolutamente nada além de me queixar. Sou especialista nisso. Mas não faço nada para mudar e enquanto isso vou magoando todos ao meu redor.


Vou decepcionando vocês, um a um, vocês que me apóiam, que me animam, que enchem meus dias e minhas noites de alegria de tantas maneiras. E eu sofro com isso porque, mesmo tendo consciência, não sou capaz de fazer nada agora. Estou causando problemas, dando dor de cabeça, sendo inconveniente, pedante, uma péssima companhia.


E eu queria tanto poder dizer que vocês podem contar comigo...

Completely Empty

Você faz uma programação e resolve levar a sério, cumprir por mais difícil que seja. Os dias vão passando e, para sua surpresa, você está conseguindo atingir os objetivos. Você se olha no espelho e, pela primeira vez em muito tempo, sente orgulho de você, se sente capaz de fazer alguma coisa, de ser alguém um dia. E sorri.
Acontece que Murphy é seu amigo e não dá nem tempo de você desfazer o sorriso para vir lhe presentear. E nem é nada muito grande, não; mas não são exatamente as pequenas coisas que nos atrapalham, que no fazem perder a concentração e, por fim, praticamente destróem toda a programação?
Não é um telefonema que muda seu dia? Ou uma simples mensagem? É...às vezes basta isso para fazer ou acabar com nosso dia. E foi exatamente assim que aconteceu com você, não foi? Um pequeno problema familiar, um mal-entendido, uma palavra apenas...ou a ausência dela, na maioria das vezes. O jeito que ele fala com você ao telefone se tiver alguém do lado, bem na hora em que você mais está precisando ouvir as coisas lindas que ele costuma dizer; a cólica, os calafrios, o mau-humor que se segue à ela...
Quando você vê, o dia acabou; e você, mais uma vez, não fez nada de útil com ele. Logo agora que você estava indo tão bem, logo agora que você viu que é possível, sim, se concentrar, ficar alheia a tudo(ou quase) e passar horas e horas concentrada naquilo, logo agora que você se deu conta que você nem odeia seu trabalho - é só falta de algum tipo de estímulo...financeiro, talvez? - logo agora que as dúvidas começaram a surgir e a vontade de descobrir a resposta para cada uma está tomando conta de você!
E você volta para onde estava: à estaca zero. Volta a se sentir vazia e sem significado e você nem está aqui para ver isso. Você, que se preocupava tanto. Você se desestimula outra vez e sabe que para sentir isso novamente vai ser complicado - MUITO. Você se conhece e conhece muito bem um dos seus piores defeitos: só funcionar sob pressão. Isso te angustia porque não pode ser assim, você não pode deixar isso ser assim, não pode permitir que os dias de rotina tomem conta de você, deixem você se acomodar. Você quer voltar a sentir que sabe alguma coisa, quer ter de novo aquela sensação de dever cumprido, ainda que seja só para você ver que, no fim das contas, não tenha absorveu muito daquilo tudo. É gostoso, é gratificante e é a isso que você se prende quando quer reunir forças para voltar. Mas não consegue.
É, eu sempre disse que você era uma fraca. Tá começando a enxergar, hein?

sábado, agosto 27, 2005

Na casa do sem jeito

Ela acordou feliz. Dormiu e sonhou, como não fazia há meses. É, chega uma hora que nem o corpo aguenta de tanto cansaço.
E se levantou num pulo, por causa da hora; mas ainda assim estava feliz. Desorganizada como ela é, ninguém estranhou quando ela começou a revirar tudo, procurando "uns documentos aí,coisa minha".
Aproveitou para fazer uma faxina - adiar o inadiável é sempre a melhor opção quando temos medo do que está por vir. Encontrou um envelope com dinheiro dentro - o que sobrou do seu primeiro salário. Mais felicidade!Que providencial...justo agora que ela não tinha um tostão. Deve ser um bom sinal, pensou.
Quando já estava desistindo dos tais documentos, caiu uma pasta no seu colo. Uma pasta de coisas-daquele-seu-ex-que-era-alucinado-por-voce-e-voce-nunca-valorizou. Parou tudo, levou um susto - o que aquela pasta estava fazendo ali?Ali não era o lugar dela...
Sentou e leu, uma por uma, as 97, eu disse 97, cartas de amor que ele mandou para ela.Meu Deus, quanta coisa linda. Que sentimento lindo é esse? Eles tinham namorado quanto tempo mesmo?Ah....10 meses, segundo os cartões - é tinham os cartões também, uns 20.
Nossa!Mas fazia tanto tempo, uma coisa tão distante, tão fora da sua realidade atual,nem lembrava direito. Eram puros e cheios de sonhos, não tinham medo de parecer ridículos.
Por que tem que ser sempre assim?Por que ela não conseguia gostar de quem realmente gostava dela?Por que ela só faltou ficar louca por aquele que a tratava mal ou aquele que seguia ao pé da letra a lei do menor esforço?
Tentou lembrar o motivo do fim, mas não conseguiu. Não tinha nada, sabe? Era justamente esse o problema. Não tinha briga, não tinham problema, mas não tinha paixão, não tinha química, não via futuro....nada.
Terminou por telefone, a covarde. E chorou. Chorou muito. Provavelmente mais pela perda do relacionamento perfeito e da companhia maravilhosa que ele sempre fora, do que pelo fim propriamente dito.Na verdade, chorar pelo fim por quê? Sentiu pena dele, o evitou, desviou o olhar, não deu o último beijo. Pegou um livro de volta com a única foto que ele tinha dos dois juntos e que foi estrategicamente colocada dentro dele para que, quando ela a visse, se arrependesse, lembrasse dos momentos felizes e voltasse atrás.
Mas não tinha mais jeito mesmo.Ela nunca gostou dele.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Finalmente!

Eu Canto meu Blues (Oswaldo Montenegro/Roberto Menescal)

Eu canto meu blues
Pra te contar que as coisas andam bem
Por mais que você não acredite eu já posso acenar sem sua mão
Voltei a gargalhar sem seu bom humor
E quem olha pra mim não vê mais você
Mas veja você, que mais do que nunca
Eu tenho certeza da nossa paixão
Eu canto meu blues
Pra perguntar se pra você também
É bom que essa nossa loucura já tenha passado enfim
E porque não voltar a ser feliz sem ser por favor
É mais do que o fim
É "não" sem final
É o fim sem porém
E mais do que nunca eu te quero bem
É quase um blues tranqüilo
Se é que há blues tranqüilo,
dizem que não
Devolvo aos pedaços a questão
Mas é que eu sonho ainda viver uma paixão
Que seja tranqüila
E paixão tranqüila, tal como o blues
É sempre ilusão


Finalmente...com direito a origem, explicação e interpretação!

quarta-feira, agosto 17, 2005

Alterada,eu??

"Você está alterada, sim, mas o normal para nossos tempos.
Certamente, se encontrasse o homem da sua vida,
se ganhasse na loteria e perdesse sete quilos,
poderia enfrentar a vida alegre como o borbulhar de champanhe."
Só isso, né?Simples assim!
Rá!!!
Resultado de um teste no livro "Mulheres Alteradas, vol. 2"

quinta-feira, agosto 11, 2005

Cheiros

Acabei de entender perfeitamente o que você quer dizer quando diz que todo mundo tem seu cheiro.
Sim, porque todo mundo fala isso - mas saber exatamente do que se trata é outra coisa.

Enfim.

Da maneira mais inusitada possível, claro.
Como não poderia deixar de ser.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Onde está a felicidade?

Nas pequenas coisas.
Ela sempre se esconde nas pequenas coisas.
Como um telefonema, por exemplo.
Seguido de um "quer me ver?".

Drunk Again - Reel Big Fish

If I had a dollar bill for every time I’ve been wrong
I’d be a self-made millionaire and you’d still be gone
So hand me down my best dress shoes and my best dress shirt
Cause I’m going out in style to cover the hurt
All I wanna do all day is spend it in bed
But that’s bad for the body and even worse for my head
So I’ll try and find a place where no one will ask me a thing
It’ll help to forget and help me to sing

Cause now I’m drunk again
The means to my end
And I’m scared of myself
Cause now it’s the same the faces and names
And I’m scared of myself again

Have you ever wanted to wake up from your dreaming
Scared you so bad you couldn’t control your heart or your breathing
Well walk out the door with me on the floor
You don’t care how I’m feeling
I guess a weak and tired and frightened man is no longer appealing

Cause now I’m drunk again
The means to my end
And I’m scared of myself
Cause now it’s the same the faces and names
And I’m scared of myself again

Some people have a gift of reaching right into your soul
and finding the hole
And making it bigger
Baby sometimes I think I catch ya crackin? Cynical smiles
and in a short while you’ll be my
heart’s grave digger
Well there’s not much I can do
Cause I’m at the mercy of you
So baby I guess we’re through

Cause now I’m drunk again
The means to my end
And I’m scared of myself
Cause now it’s the same the faces and names
And I’m scared of myself
Cause now it’s all the same the faces and the names
And I’m scared of myself
So go walk out the door you don’t believe me no more
And I’m scared of myself again

If I had a dollar bill for every time I been wrong
I’d be a self made millionaire and I wouldn’t be singing



You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it up
You’ve got to give it up
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me

You’re so slick honey
Know every check now
You know what I need
I’ll get it somehow
Come on baby
Please relieve me
Come on baby please

You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me

You’ve been buggin’ me
Every night now
You say you want it
You want it right now
I can’t get through it
I can’t get to it
Come on baby please

You’ve got to give it up
You’ve got to give it up
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me

Why leave me cold
When it’s so warm inside
Come on baby
Your love is too good to hide

Hey guess what
You’ve got to give it up
You’ve got to give it up
And you know what else
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me
You’ve got to give it to me

You know what, first when I heard this song, I thought yach.
But now you know, I really hate it.

How beautiful can be the sadness

I´m so sad.

Right now?

I just wanna lay down on my bed.

Forever.