Desabafos

domingo, abril 30, 2006

Os homens por quem me apaixono


Os homens por quem me apaixono são sempre bons meninos.
Adoram a família.
Leais aos amigos.
Alunos exemplares.
São sensíveis, atenciosos, simples.
Têm coração mole
E nenhuma vergonha de chorar.
Os homens por quem me apaixono eu compreendo como se nos tivéssemos conhecido toda uma vida e dividido muito mais do que realmente compartilhamos.
São, antes de qualquer coisa, pessoas que eu permito conhecer meu coração e fazer parte dele.
Grandes amigos.
Verdadeiros amores.
Mas, obviamente, os homens por quem eu me apaixono têm defeitos vários.
São fracos.
Covardes.
Indecisos.
Complicados.
Jamais lutariam por mim.
E me fazem começar a superar a paixão no exato instante em que mentem para “não me machucar”.
Eles mentem para si mesmos.
Os homens por quem eu me apaixono não se apaixonam na mesma medida por mim.
E talvez esse seja o maior defeito deles, afinal! ;)
Ou seria o meu?

[é que hoje estou meio assim, com uma dor intensa dentro de mim. e prefiro não escrever agora, para não desabar por completo. Publico, então, um dos textos mais lindos que já vi, de Sabrina Santiago e que, sim, foi escrito pra mim]

sexta-feira, abril 28, 2006

Quando você ama alguém que não é capaz de te amar de volta, a solidão que você sente é maior do que o maior dos solitários.

Ou algo assim.

terça-feira, abril 18, 2006

Cotidiano

Sabe aquela música "cotidiano"? Pois é, a música dela. Com a ausência do carinha lá para cuidar.

Que seja.

Todo dia ela acorda, levanta sem fome e disposição idem. Vai ao banheiro, ajeita os cabelos (leia-se:rabo-de-cavalo), lava o rosto, faz xixi.

Tira o pijama ou qualquer coisa do tipo, toma banho - na maioria das vezes - escolhe a roupa pra mais um dia de labuta e vai, por assim dizer, interagir com aquelas pessoas. Justamente aquelas que, Deus sabe o motivo, ela não suporta mais; ou melhor, de todas que ela não suporta, são as que ela suporta menos.

Deve ser a porra da convivência. Não é ela que sempre estraga tudo na sua vida?Não foi assim que terminou aquele namoro que "era muito bom" e de repente "não estava mais rolando"?

Engraçado, isso. Ela, que todo mundo diz ser bonita, inteligente, de um sorriso marcante e único, com seus cachos avermelhados, inteligente, simpática e educada.

Logo ela.

Mas tinha que ser assim, não é?Se não, não teria graça, essa tal de vida.

Então.

TEM QUE comer alguma coisa, pra poder tomar um daqueles vários remédios que ela anda tomando agora. E come, mesmo sem fome. Porque ela nunca tem fome assim que acorda. Mas é o jeito, se não, é capaz de o remédio terminar de corroer seu estômago.

Pega o carro, sai. Vai vagando e pensando como é privilegiada por ter um carro, faça chuva ou sol, ela está sempre protegida destas inconveniências que a vida e a rua nos trazem.

Bleh. BA-LE-LA.

Na verdade, não se importa com nada disso, porque não importa o quão privilegiada seja, sua vidinha fútil e seu egocentrismo é tamanho, que tudo o que ela quer é passar o dia deitada, em forma de caracol, conchinha, que seja, na sua cama. Daquele jeitinho que você sabe muito bem e que ela é capaz de passar horas e horas, dormindo e acordando, mais zumbi que gente.

E por tudo faz show, dá escândalo. Uma verdadeira vergonha, uma verdadeira decepção para toda a família, que até hoje só fez tudo por ela.

E ela não sabe para onde ir nem o que fazer. Só sabe que se jogar tudo para o ar, o alívio inicial vai ser monstruoso, mas sabe também que vai acontecer o mesmo que aconteceu com você:ficar trancada no quarto sozinha, dias e noites, sem contato com o resto do mundo e sem dar a mínima pra isso. E seria ruim?

Na verdade, acha que não. Mas tem medo. Porque você tinha a ela. E ela, nem sei dizer de onde, tirou toda a força possível e imaginável para te sustentar, te dar força e te puxar. E você não está aqui agora. Nem você, nem ninguém. Mesmo que você saiba de tudo, com detalhes. Mesmo que a ampare, ainda que "dando carão". Se ela não liga, você menos ainda. Se ela não aparece, fica por isso mesmo.

Vai chegar uma hora, e está chegando, ela bem sabe, que não terá mais forças. Nem pra isso nem pra qualquer outra coisa.

E que isso de fugir e viajar e sair por aí sem critérios e fazer e acontecer e tocar o terror e semear a discórdia não é ela, não mesmo. E que já passa.

E ela vai apenas chorar sozinha de novo.Porque todo dia ela faz tudo sempre igual.

Todo dia...

Todo di...

Todo d...

Todo...

Tod...

To...

T...

segunda-feira, abril 17, 2006

Big Fat Lies

Tinha acabado de assistir o melhor filme de todos os tempos atuais, feito um "novo amigo", amigo de uma amiga e, por assim dizer, confiável.

Estava rindo, alegre e satisfeita por alguns instantes, maquinando mil e uma maneiras de explodir vários prédios importantes e cabeças idem.

Foi quando me dei conta que estava em uma livraria. Sim, uma livraria. Simplesmente um dos meus programas favoritos da vida inteira, desde sempre. E eu comecei a me sentir mal. Não senti interesse por nada do que havia ali, mesmo com indicações, placas de "mais vendidos", "lançamentos". Nada.

Fugi, mais uma vez. Corri para o banheiro mais o próximo, sentei e chorei. De novo, um choro engasgado e inaudível, as lágrimas escorrendo compulsivamente pelo meu rosto, eu sem reação, sem conseguir me levantar.

Corri para você, mais uma vez. E já assim, falando e pedindo desculpas porque nada disso é justo, nem comigo, nem com você.

Mais tarde, quando eu já nem lembrava mais dessa cena, quando tudo parecia muito distante e tudo o que eu queria era conhecer algumas pessoas novas e legais - como são as que eu tenho conhecido - meu celular vibra e lá está ela: sua mensagem.

Simples, curta, mas cheia de afeto e demonstração de carinho e preocupação. Quase que um conforto, não fosse o fato de ter sido enviada por você.

Como pode alguém me fazer tão bem e tão mal ao mesmo tempo? Sentei e não chorei dessa vez. Não deixaram. Também não comecei a beber, porque não ia resolver nada e, para piorar, hoje eu não conseguiria escrever isso aqui.

Fiquei pensando, apenas. Pensando em nós dois. Aqui, ali, em qualquer lugar, como o cd da Rita Lee. As lágrimas vieram, é claro. Mas eu me controlei um pouco mais e fingi que nada daquilo estava acontecendo, que não era comigo, que eu não estava sentindo nada daquilo e que você não mexe mais comigo.

Que tanto faz como tanto fez você ter passado pela minha vida e que é indiferente, hoje, termos contato ou não. Que eu não sinto a sua falta. Que eu não quero o seu abraço apertado - que diz tudo sem dizer nada - mais do que tudo no mundo.

Tudo mentira. Você sabe. Melhor do que eu, até.

Out total.

Acabei de descobrir que minha grande amiga vai pra praia cheias de colares de madeira e pulseiras idem.

Meu Deus, como eu sou out!Eu vou pra praia só de biquíni, um verdadeiro absurdo, para os padrões da moda!

quarta-feira, abril 12, 2006

Fluxo de pensamentos

e toda vez que eu chego aqui, começo a me sentir mal. é praticamente automático, mesmo quando eu nem me dou conta para onde estou indo. não consigo, não consigo. permaneço ali pela maior das obrigações, para não me causar um prejuízo ainda maior. não me concentro, não consigo organizar as idéias nem raciocinar. não entendo nada do que ele fala. sabe aquelas coisas bem de filme sessão da tarde, quando a pessoa olha fixamente pra outra, que está a discursar empolgadamente, mas não ouve absolutamente nada do que está sendo dito?

começa assim: fico mais sonolenta que o normal e muito mais irritada e grosseira com todos, meio surtada também. depois, fico enjoada. a náusea (lá vem ela de novo) vai tomando conta de mim até se tornar insuportável e eu extravasar da pior maneira tudo o que eu estou sentindo. sinto-me sufocada, meu nariz e maçãs do rosto ficam completamente dormentes, a ponto de me deixar tonta e, creio eu, baixar minha pressão. e começo a chorar. sim, porque tudo isso ocorre apenas porque o meu desejo, na verdade, é chorar o tempo todo, deitada na minha cama, tudo escuro, enrolada no meu edredon velho de florzinhas (florzinhas ou florezinhas?esqueci.). sem falar, ouvir, enxergar a até mesmo me mexer. apenas estar ali, me refugiar deste mundo em que vivo agora. e tentar não pensar nisso. e me esforçar ao máximo para ver boas perspectivas. mas simplesmente não consigo.

você diz para eu não me preocupar com nada disso, para eu não me preocupar com o futuro nem com dinheiro, que tudo vai se resolver. você senta no canto da minha cama - o único lugar onde eu sinto um pouco de paz - e tenta desesperadamente conversar, fazer carinho, me deixar feliz. e estou com verdeiro repúdio a qualquer contato humano. é muito fácil para você chegar e tentar me animar. você nunca sentiu nada disso, nunca vivenciou, como vai me ajudar? você me pergunta como pode me ajudar e eu simplesmente choro, porque é a única coisa que sei fazer agora, e também porque não sei a resposta, apesar de saber exatamente o que deveria fazer para me sentir melhor.

e, de novo, não consigo.

Sinônimos

tava relendo aqui essas besteiras que escrevo e me dei conta:
PRECISO COMPRAR URGENTEMENTE UM DICIONÁRIO DE SINÔNIMOS!!!

especialmente para palavras como vômito, enjôo, ânsia, angústia, sufocamento.

terça-feira, abril 11, 2006

Devaneios de uma coruja

01:00 da manhã. Mais uma madrugada sem conseguir dormir. E os poucos cochilos que eu dei, antes de desistir de lutar contra ela, você apareceu para, mais uma vez, me tirar o juízo e a razão.

Estou fugindo, eu sei. De tudo, de todos, da minha vida. Estou fugindo porque essa é a única forma com a qual eu consigo lidar com isso agora. E é ridículo ter consciência disso. Estupidamente ridículo.

Mas cada um tem seu tempo, como disse uma grande amiga. O meu ainda não chegou. (e vai chegar?)

Saio buscando experimentar, conhecer, vivenciar coisas novas, mas tudo volta. Minha vida volta e o tédio toma, mais uma vez, conta de mim.

Quando eu digo “eu não agüento mais”, você me pergunta “o quê?” e eu não sei responder. Eu não agüento mais nada. Estou cansada de lutar, de sair, de viver, de tentar entender, de pensar, de começar e recomeçar, de me arrumar, de conviver em sociedade, de TER QUE ser sociável, de me comunicar, de olhar você, de não ter você ao meu lado sempre, como era antes. Cansada de não me apaixonar loucamente, como já aconteceu uma vez. Uma única vez.

Assim, loucamente mesmo. 10 meses depois e a paixão ainda era o que falava mais alto. Uma loucura. E de uma inocência que deixava tudo ainda muito mais belo. Mágico. E eu sabia que depois de você, não ia ter mais isso. Ao menos por um looooongo tempo.

Depois de você, não consegui mais me entregar a ninguém da mesma forma, acho que como um escudo protetor. E ao mesmo tempo em que meus olhos brilham falando daquele tempo mágico, ainda dói não ter funcionado. Foi assim que você disse por último: não tava funcionando.

E até agora eu não entendo o que não estava funcionando. E acho que nem tu sabe mais direito, porque levou alguns vários segundos me encarando e pensando e antes de dar a resposta definitiva, ainda disse: nem sei mais, mas lembro que era muito bom.
E isso tudo ainda me assusta muito; mas acabei de me dar conta que saí completamente do foco. E isso é uma outra história.

sexta-feira, abril 07, 2006

Pra sempre.

Foi assim, quando eu não estava nem preocupada.

Quando eu estava descabelada, cheia de olheiras, com uma calça velha e manchada, com uma blusa breguinha daquelas de usar em casa. Justamente no dia em que eu inventei de usar faixinha nos cabelos, meu Deus! E, lógico, eles não estavam nem um pouco definidos, nem lisos, nem cacheados.

Foi assim, quando eu brincava com papéis desinteressantes, rindo da vida num dos poucos momentos em que ainda faço isso. Quando planejava uma viagem próxima, com amigos e bebidas. Quando dei aquele sorriso que sei que você ama.

Você entrou. Naquele exato instante, tudo parou. Faltou chão, como diria um grande amigo; melhor, faltou chão, ar, base, cara, coragem. Faltou tudo. E eu dei as costas a você. Pela primeira vez. Era mais fácil que te encarar.

Que encarar o "nós" que não existe mais. Que encarar que você está muito bem, obrigado, sem mim, quando não era pra ser assim. Se as coisas fossem justas, era para ter sido o contrário: eu, linda, cabelos vermelhos e domados, sorridente, amando a vida de novo, salto 10, aquela saia rosa que você não resiste e aquela batinha florida. E você, gordo e careca. E feio e sujo e fedendo.

E foi tudo o contrário. E depois que eu te ignorei, soltei um "oi" despretensioso e com ar de desprezo. E fugi, como os fracos fazem. Como eu sempre faço.

Procurei o banheiro para vomitar aquela embriaguez de sensações, mas estava cheio de meninas arrumadas, maqueadas e cheirosas que fofocavam sobre quem-ficou-com-quem-e-quando. E eu fugi mais uma vez, para o meu atual refúgio:meu carro.

Ali, sentei e chorei. Um choro abafado e cheio de dor, mais uma vez. Angustiado e desesperado por não saber o que fazer, pra onde ir, por não aceitar me sentir assim pelo simples fato de ter te visto.

E como sempre, te procurei. E não consegui dizer nada. E você, que não sabe dizer nada nas horas sérias da vida, me estendeu sua mão simplesmente. Me puxou para perto de você, me deu aquele abraço que só existe com nós dois e assim ficamos.

Eu, soluçando. Você, me consolando. Sempre. É o melhor que você pode fazer por mim agora. E é o que você faz de melhor, sem precisar dar uma palavra.

Amo você.Pra sempre.

quinta-feira, abril 06, 2006

Máscaras, fantasias e farsas

E é assim que me taxam agora: de doida. Você e todos os outros, em voz alta ou não. E isso me deprime ainda mais, sabe? Porque eu sei que não é bem assim, que eu não estou louca.

Estou?

Não sei mais de anda. Não consigo organizar meus pensamentos e minhas metas, mas ao menos agora parece que consigo escrever alguma coisa. Se é que faz sentido para alguém, além de mim. Me deprime não conseguir escrever - não que eu saiba - sobre minha vida, meus sentimentos, meu trabalho.

E quanto mais eu fujo, mais me aproximo, mais ou menos como naquela música. Eu não procuro e você vem mesmo assim, intensamente, tomando conta da minha mente e do meu corpo e me causando náuseas.

É ele, ela, todo mundo, e quando eu menos espero, claro. No exato instante em que eu consigo te esquecer - passar alguns segundos sem a tua lembrança.

A cada dia fico mais certa que isso é impossível. Por mais que eu me esforce, beba, tome remédios, fantasie...é tudo mentira, é tudo uma farsa, assim como eu e minha vidinha fútil e inútil que sigo levando.

É, é o que sou: uma farsa. Criei uma máscara protetora, pra você não saber o que realmente se passa, a não ser que eu queira.

E adianta?

...

No fundo, você sabe, eu sei, ela sabe, todos sabem. E todos fingem, junto comigo, que está tudo bem.

E não está.