From day to day
Mandaram eu escrever. Como terapia, como forma de desabafo, por assim dizer. Que é pra ver se, colocando para fora tudo o que estou sentindo, passa.
Mas não passa não. Não agora, pelo menos.
Acho que vou escrever mesmo assim. Nunca se sabe. Vai que eu termino o texto e me sinto leve e feliz como nunca me senti antes? Rá! Essa eu queria ver...
A intenção inicial era uma carta. Pra você. Pra mandar ou não, quem sabe? Dependeria do resultado. Mas não sei.
Não sei o que dizer realmente. Olho pra você e só o que sinto é dor. Lembro de um dia, na minha primeira crise de enxaqueca. Fui fazer uma ressonância magnética com contraste, que era pra ver se não tava papocando algo na minha cabeça. A enfermeira veio, passou álcool, pegou a maior agulha que eu já vi na vida e “aplicou”, por assim dizer, o contraste. Foi assim, uma sensação gelada e fina, que ia queimando por onde passava. Sabe quando é tão gelado que queima? Entende? Entende não, nunca sentiu.
É assim que eu me sinto agora. Ao menor sinal de notícias, o menor mesmo, lá se vem o contraste. E ele vem tomando conta de todo o meu corpo, não apenas do braço como foi há alguns vários anos. E eu me sinto fraca e tenho vontade de chorar, porque dói demais.
E eu não sei como agir. Não sei se quero ver ou não, se quero falar ou não.
Na verdade, sei. Quero falar e estar perto e rir e abraçar e ficar de mãos dadas novamente. E quero muito mais. Mas não é bem assim que as coisas funcionam, não é?
E, enquanto escrevo, a sensação vai aumentando, me consumindo, causando náuseas. Queria era ter raiva de você. Raiva, desprezo, indiferença. Era onde eu queria chegar...Indiferença. Não, mentira. Não quero sentir nada disso por você, na verdade. É apenas uma inútil tentativa de aliviar isso tudo aqui. Seria mais fácil. De novo.
É tudo tão complicado. Se ao menos eu soubesse o que acontece.
Alimento a dor e sigo até ela se transformar em raiva ou em mais uma carta de amor?
Você não vai ler nada disso, a não ser que eu te mande. Mas de que adiantaria fazer isso? Você vai ler, pensar, ficar triste, talvez sentir pena, ficar preocupado. E não é nada disso o que eu queria.
Eu queria (quero) tudo aquilo de volta. Egoísta? Talvez.
Enfin...
Mas não passa não. Não agora, pelo menos.
Acho que vou escrever mesmo assim. Nunca se sabe. Vai que eu termino o texto e me sinto leve e feliz como nunca me senti antes? Rá! Essa eu queria ver...
A intenção inicial era uma carta. Pra você. Pra mandar ou não, quem sabe? Dependeria do resultado. Mas não sei.
Não sei o que dizer realmente. Olho pra você e só o que sinto é dor. Lembro de um dia, na minha primeira crise de enxaqueca. Fui fazer uma ressonância magnética com contraste, que era pra ver se não tava papocando algo na minha cabeça. A enfermeira veio, passou álcool, pegou a maior agulha que eu já vi na vida e “aplicou”, por assim dizer, o contraste. Foi assim, uma sensação gelada e fina, que ia queimando por onde passava. Sabe quando é tão gelado que queima? Entende? Entende não, nunca sentiu.
É assim que eu me sinto agora. Ao menor sinal de notícias, o menor mesmo, lá se vem o contraste. E ele vem tomando conta de todo o meu corpo, não apenas do braço como foi há alguns vários anos. E eu me sinto fraca e tenho vontade de chorar, porque dói demais.
E eu não sei como agir. Não sei se quero ver ou não, se quero falar ou não.
Na verdade, sei. Quero falar e estar perto e rir e abraçar e ficar de mãos dadas novamente. E quero muito mais. Mas não é bem assim que as coisas funcionam, não é?
E, enquanto escrevo, a sensação vai aumentando, me consumindo, causando náuseas. Queria era ter raiva de você. Raiva, desprezo, indiferença. Era onde eu queria chegar...Indiferença. Não, mentira. Não quero sentir nada disso por você, na verdade. É apenas uma inútil tentativa de aliviar isso tudo aqui. Seria mais fácil. De novo.
É tudo tão complicado. Se ao menos eu soubesse o que acontece.
Alimento a dor e sigo até ela se transformar em raiva ou em mais uma carta de amor?
Você não vai ler nada disso, a não ser que eu te mande. Mas de que adiantaria fazer isso? Você vai ler, pensar, ficar triste, talvez sentir pena, ficar preocupado. E não é nada disso o que eu queria.
Eu queria (quero) tudo aquilo de volta. Egoísta? Talvez.
Enfin...