Desabafos

segunda-feira, novembro 21, 2005

From day to day

Mandaram eu escrever. Como terapia, como forma de desabafo, por assim dizer. Que é pra ver se, colocando para fora tudo o que estou sentindo, passa.

Mas não passa não. Não agora, pelo menos.

Acho que vou escrever mesmo assim. Nunca se sabe. Vai que eu termino o texto e me sinto leve e feliz como nunca me senti antes? Rá! Essa eu queria ver...

A intenção inicial era uma carta. Pra você. Pra mandar ou não, quem sabe? Dependeria do resultado. Mas não sei.

Não sei o que dizer realmente. Olho pra você e só o que sinto é dor. Lembro de um dia, na minha primeira crise de enxaqueca. Fui fazer uma ressonância magnética com contraste, que era pra ver se não tava papocando algo na minha cabeça. A enfermeira veio, passou álcool, pegou a maior agulha que eu já vi na vida e “aplicou”, por assim dizer, o contraste. Foi assim, uma sensação gelada e fina, que ia queimando por onde passava. Sabe quando é tão gelado que queima? Entende? Entende não, nunca sentiu.

É assim que eu me sinto agora. Ao menor sinal de notícias, o menor mesmo, lá se vem o contraste. E ele vem tomando conta de todo o meu corpo, não apenas do braço como foi há alguns vários anos. E eu me sinto fraca e tenho vontade de chorar, porque dói demais.

E eu não sei como agir. Não sei se quero ver ou não, se quero falar ou não.

Na verdade, sei. Quero falar e estar perto e rir e abraçar e ficar de mãos dadas novamente. E quero muito mais. Mas não é bem assim que as coisas funcionam, não é?

E, enquanto escrevo, a sensação vai aumentando, me consumindo, causando náuseas. Queria era ter raiva de você. Raiva, desprezo, indiferença. Era onde eu queria chegar...Indiferença. Não, mentira. Não quero sentir nada disso por você, na verdade. É apenas uma inútil tentativa de aliviar isso tudo aqui. Seria mais fácil. De novo.

É tudo tão complicado. Se ao menos eu soubesse o que acontece.

Alimento a dor e sigo até ela se transformar em raiva ou em mais uma carta de amor?

Você não vai ler nada disso, a não ser que eu te mande. Mas de que adiantaria fazer isso? Você vai ler, pensar, ficar triste, talvez sentir pena, ficar preocupado. E não é nada disso o que eu queria.

Eu queria (quero) tudo aquilo de volta. Egoísta? Talvez.

Enfin...

sexta-feira, novembro 18, 2005

Apenas (?) um rascunho

____________, 14 de setembro de 2005.

É que, apesar de tudo, estou feliz ao seu lado. E não poderia não registrar isso.

E eu, que tanto procurava a felicidade, demorei a perceber que elaestava bem aqui, do meu lado. Nunca imaginei que pudesse ser tão felizcom você. Você já era o meu melhor amigo e estava sempre ao meu lado.

Mas nunca tinha pensado em você como namorado e isso tudo meassustou..Muito. Tanto que não queria aceitar. Tava bom do jeito quetava, pra quê mudar?

Mas foi ficando mais e mais difícil evitar...eu queria e sentia anecessidade de estar perto de você o maior tempo possível. E vocêparecia estar sentindo o mesmo.

What a hell...why not?

E dei minha cara a tapa.Fechei os olhos, trinquei os dentes, aperteias mãos, respirei fundo e pronto.

Quem diria que seria você?Nem você, eu acho. E eu, que confiava a vocêtodos os mais profundos sentimentos, acabei encontrando não apenas umamigo, mas um verdadeiro companheiro.
Companheiro, sim. Porque você está sempre ali. Ou aqui, como preferir.

Conversas intermináveis no msn, nem sempre tão divertidas assim; comscraps, comments em blogs e flogs, você sempre se fez presente,mostrando que estava ali simplesmente, pro que eu precisasse.

E você partilhou comigo seus medos, porque sabia que eu ia te escutar,te levar a sério e brigar também, quando necessário. Você dizia que eu te deixava deprimida; talvez você me procurasse porque estava precisando ouvir aquilo de alguém, não sei. Sei apenas que tudo isso nos aproximou e fortaleceu nossa relação.

Criamos uma base sólida e firme o suficiente; você me fez rir e me fez chorar; me fez parar para pensar sobre minhas atitudes e me deu muito carão também; me fez quebrar promessas; destruiu alguns dos meussonhos, mas criou muitos outros.

Você, meu amigo, com suas ligações malucas ao som de musicas toscas;no envio de arquivos que geralmente não me faziam rir, o que te deixava furioso; me ligando bêbado "só porque aconteceu um negócio engraçado"; ou para me fazer ouvir músicas; ou para perguntar se eu estava bem; ou pra me dar carão porque eu não fui à faculdade, mas se oferecendo pra matar aula comigo.

Mandando fotos que hoje eu prefiro esquecer; mandando vídeos toscos que me faziam chorar de rir; fazendo strip de madrugada na webcam e se aproveitando da minha inocência para postar prints meus no maldito fotolog; contando suas "aventuras"; contando detalhes da sua vidapessoal que eu, mesmo só como amiga, dispensava completamente;

Partilhei com você meus medos, desejos, felicidades e alegrias, sem medo de ser julgada. Desabafava meus problemas, falava incansavelmentedos meus relacionamentos, me sentindo completamente à vontade para falar sobre tudo.

Você segurou minha mão e tentou me manter calma num dos momentos mais difíceis para mim este ano; você me deu seu ombro para eu chorar, seus ouvidos para eu desafinar e tagarelar sem parar (dependendo apenas das circunstancias e do meu humor); você aprendeu a abraçar e hoje dá um dos abraços mais gostosos e sinceros que eu conheço; me fez experimentar coisas novas e está fazendo com que eu me torne umapessoa mais forte, corajosa.

Quem diria....

A felicidade mora ao lado; amor batendo à porta, literalmente, não por engano, desta vez.

Não, não está tudo muito bem nos últimos dias. Mas vai ficar. Confio em você; em nós. Confio no que sentimos um pelo outro. Confio na verdade com que lidamos com nossos problemas, medos, preocupações e com nossos sentimentos.

Te adoro demais. Tanto que até me assusto.

Da sua e sempre sua,

______________________

segunda-feira, novembro 07, 2005

Adorável desconhecida

Há mais ou menos 1 ano que acompanho você. Às vezes diariamente, às vezes, para o bem-estar da minha sanidade mental, dou um tempo com você.

Ainda me surpreendo com o impacto que você tem sobre mim. Em questão de poucos minutos você muda o meu dia - tornando-o mais alegre ou destruindo qualquer possibilidade de um sorriso.

A afinidade. Essa é a principal característica. Estamos em sintonia sempre, é impressionante. Quando estou bem, você está ótima; quando estou mal, você já chegou ao fundo do poço.

É uma constante em nossa relação.

E isso me faz bem. Sinto-me confortável em saber que você também sente o que eu sinto, que não estou nessa sozinha. E que os seres humanos, no fundo, são todos iguais.

Medos, desejos, vontades, perdas, ganhos. As mesmas sensações.

Até quando não se trata de relacionamentos - que é realmente o que mais nos aproxima - a avalanche de informações e as minuciosas descrições sobre cada cor, gesto, sentimentos, odor, momento faz com que eu me sinta cada vez mais e mais próxima de você.

É estranho. Afinal, não nos conhecemos e não tenho a menor pretensão que isso aconteça. Pode ser que a realidade de nossas vidas e as rotinas mesquinhas destruam tudo o que criamos.

Sinto um imenso vazio quando estou com você e talvez nem você entenda isso. Mas é aquele tipo de solidão que me faz perceber que ainda estou viva, que preenche o vazio que sinto constantemente dentro de mim.

Por mim. Por você. Por todos os que vão e que ficam. Para sempre.