Desabafos

quarta-feira, junho 29, 2005

Cega,Surda,Muda

É duro ouvir a verdade. Eu sei. Já chorei por ouvir a verdade; mais ainda por não querer ouví-la. Por não querer acreditar que era verdade. Eu não aceitava; negava sempre. Mesmo sabendo que o que me diziam era, no fundo, a mais pura verdade. Fazia sentido. Só eu não queria aceitar, acreditar.

É triste, mas é verdade. Um velho chavão...mas funciona. O que fazer num caso desses? Eu ficava com raiva de quem ousava me mostrar o que eu não queria ver. Ficava com raiva e de mal.

É, de mal. Que nem criança da1a série, sabe? No pior estilo "corta aqui, tô de mal". Porque agir assim, reconheço, é atitude de criança. Ainda que eu continue repetindo isso (ainda tenho muito a amadurecer), sei que eu estou errada, afinal.

Por que ficar com raiva de quem só quer abrir meus olhos, me alertar? Simples: porque eu não quero saber a verdade. Eu não perguntei a ninguém, ora.

Quem você pensa que é para agir assim? Chegar e destruir tudo, hein? Meus sonhos, fantasias, desejos! Quem? Você não é nada, nada. Entendeu? Não? Você não pode fazer isso, simplesmente não pode. Eu tenho que perceber sozinha, poxa. Eu preciso. Se não, como vou quebrar a cara, chorar, cair no chão...só para poder aprender a me levantar depois?

Quero, sim, continuar me enganando. Alimentando fantasias que nem de longe, nem sequer existem. Procuro buscar, nas tuas atitudes insanas, formas de justificar tua eterna ausência. Formas de justificar para mim e para a sociedade - sei que não devo nada a ninguém, mas acabo me justificando sempre - que esse comportamento é normal.

Não quero ouvir, não quero saber. No fundo, sei que você está certo. Vocês todos. Só querem me ajudar. Mas agora, estou cega. CEGA,SURDA E MUDA.

E não adianta. Agir assim só vai me afastar.

[eu entendo você, acredite. mas você está seguindo o pior caminho.]

segunda-feira, junho 27, 2005

Por Nina Lemos

(...)

E qual o problema quando quem te agarra é um moço amigo? Nenhum. Você vai voltar pra casa sozinha e feliz porque beijou uma pessoa de bom coração. Não há problemas em agarrar quando quem agarra é seu amigo. Pior é levar para casa um não amigo do mal que você vai inventar um jeito de expulsar no meio da noite em meio a pensamentos do tipo: "como eu fui transar com um babaca?"

Sim, porque homens babacas não merecem nada. Nem um beijo. Nem serem seus amigos no orkut.

E se o menino que você quer namorar for seu amigo, melhor ainda, já que você não tem amigos babacas (pelo menos eu espero). E não posso deixar de citar um diálogo travado entre o amado Xico Sá e uma amiga numa noite dessas no botequim. "Eu não posso transar com ela! Ela é minha amiga", dizia a menina. E o Xico completou: "querida, mas desde quando você transa com inimigo?

"Industria Brasileira"

Não estou me contendo de tanta felicidade, sabe como é?

Aquela coisa assim, de sorrir pro vento, cantar sem medo de desafinar, de rir porque na garrafa tem escrito "indústria brasileira" assim mesmo, entre aspas; de chegar atrasada na prova e nem estar preocupada em ter perdido metade; de pedir o maior sanduiche do mundo e nem ter peso na consciência depois; de se arrepender de ter jogado o papelzinho fora, porque você queria mesmo (como pode?).

Hoje é consequência, sabe? Não foi a causa nem de longe (tá,talvez uma extra). E você...você tá quebrando minhas pernas desse jeito.

Ah... a tecnologia. Vez por outra eu realmente agradeço (outras tantas eu maldigo), como hoje.

Resquícios? Que resquícios?

Então vamos lá, refazendo.

Eu tenho um sério problema: entro mais na vida deles do que eles na minha. Isso não é bom, não mesmo. Tá certo que só um reclamou até agora, mas eu sei que não é bom.

Isso não significa que eu ame mais, nada disso. Talvez eu me interesse mais ou sofra de uma terrível disfunção sem nome que me faça agir assim. Ou nada disso. Simplesmente eu sou assim e priu, como diria um amigo meu.

Ainda não encontrei alguém (do sexo masculino, mulher é o que não falta sabendo de tudo da minha vida, às vezes até vivendo no mesmo universo) que entrasse de verdade no meu mundo, que quisesse fazer parte daquilo, sabe? Às vezes até parecia "nossa, como ele participa de tudo né?", mas era só por um breve momento.

E quando tudo acaba é que eu vejo: enxergo tudo aquilo que negava firmemente para os outros, tudo o que estava ali e eu não queria ver. E guardando ou separando o que restou daquilo tudo, a certeza é ainda maior - não tenho o que guardar ou o que recolher.

Simplesmente nunca estiveram em minha vida. Não como eu. Mas não vou julgar quem está certo ou errado.

Por garantia, não peço mais livros emprestados.

Pedido de desculpas

É que às vezes eu não consigo me expressar como gostaria.
Como eu sei do que estou falando, entendo perfeitamente o que quero dizer, aonde quero chegar com aquela história.

E esqueço que nem todo mundo sabe. Nem todo mundo entende do jeito que deveria ser.

E assim,eu posso acabar mal-compreendida.

E te machucar também.

terça-feira, junho 21, 2005

Blue moon, you saw me standing alone...

Queria saber escrever como você e, assim, ser capaz de descrever a noite de ontem como você descreveu há alguns meses. E nem posso copiar e colar aqui, perdi o texto. Enfim, vamos lá.

Eu cheguei naquele lugar mais que aconchegante e fui logo em direção à rede na varanda.

-Olha o que eu armei pra você (sorrisão gigante, o meu). Fica à vontade, vou tomar um banho. Ah, olha isso aqui.

Eu olhando atentamente e você apagou a luz. Indescritível...a sala e eu ficamos iluminadas pela lua, apenas por ela. Parecia que ela tinha invadido todo o lugar, porque conseguia iluminar tudo.

Ao fundo, um dos melhores DVDs que já escutei/assisti...um show diversificado, com surpresas mais que agradáveis (é, quero ser jornalista pra ser babada pela FIEC e ganhar DVD também).

Ali, deitada naquela rede, uma brisa agradável, aquelas músicas e, principalmente, aquela lua, consegui relaxar. Exatamente como você queria e que eu dizia que não podia, não naquela hora, simplesmente não dava.

- Não adianta viver assim, sabia? Tem que desopilar um pouco, relaxar, curtir a beleza da noite...e olha que essa noite tá linda, hein?

E assim fiz. Deitei e relaxei. Fiquei ali, pensando na vida e em como eu não queria me levantar dali nunca mais. Nunca mais. Porque tava bom demais aquilo. Pra quê melhor?

Últimas

- Pra você, toma.
- Ahn?
- Pra você. Uma lembrança.
- Mas por que isso?Uma lembrança?Não é nem meu aniversário...
- Quando eu vi, não pude deixar de lembrar você; toma.
- Eu não posso aceitar,menino. Nada disso.
- Se você não aceitar, vou ficar muito chateado, magoado.
- Mas o que é?
- Abre.

Sorriso gigante no meu rosto, porque mesmo sem querer o presente (não era lembrança, era presente), eu amei. Era a minha cara, realmente. Toda sem jeito, fui lá e agradeci.

Engraçado como pessoas que a gente nem conhece reparam tanto na gente e às vezes nos valorizam mais que muita gente por aí...

sábado, junho 18, 2005

So far,so good

Perdido. Sim, perdido. Era assim que eu estava e sabia disso. E quanto mais eu tentava fugir, mais perdido ficava.

E tentando me afastar da solidão que insistia em ser minha fiel companheira, buscava desesperadamente companhia...fazendo números, aumentando a lista. Sim, aumentando...

E o rótulo? O rótulo é um problema enorme, que ainda me persegue, você sabe; Você sabe que eu não sou só um rótulo; ao mesmo tempo que não queria que me vissem assim, gostava.É, faz bem pro ego. E quem não gosta, não é?

E aí eu falava pra um e pra outro que não queria mais viver assim, que não queria mais isso, de quantidade, pouca qualidade e nada sério.Tava cansando mesmo. Falava pravocê inclusive. Mais de uma vez e eu sei que você acreditava.E queria me ajudar.

Foi quando aconteceu. Mudei o jeito de te ver, de ver o que se passava ao meu redor.Não sabia nem por onde, nem como começar. Por que a gente complica tanto as coisas?

A situação era delicada e,portanto, exigia cuidados muito especiais. Muito mesmo. Somos o apoio um do outro e não creio que seja algo circunstancial; já está firme, nossa relação já está fortalecida e amadurecida.

Não iria arriscar isso por nada, não mesmo. E você sabe. Por mais medo que tenha, no fundo, você sabe. Que eu me importo, que eu também tenho medo e não quero perder isso. Mas simplesmente chegou uma hora que eu não pude deixar de arriscar.

Arriscar, sim. E se desse tudo errado? E podia e pode dar tudo errado ainda. Mas não pude evitar. Não poderia ficar na dúvida. Porque havia e há a possibilidade de dar tudo certo. E se der tudo certo?

Foi isso, então. É isso. E está indo tudo bem.

O resto,você sabe.

quinta-feira, junho 16, 2005

Three months anniversary

- I´m having one of those moments now...
-What moments?
- Those ones that are so good...when you´re just so happy and confortable that you don´t need anything else. It´s almost sad, ´cause you know they´re not going to happen ever again.
- Soooo...in other words...i´m depressing you.
- yeap.
- You´re strange.
- You´re wonderful


[Gilmore Girls - three months anniversary]

terça-feira, junho 14, 2005

Campanha

- Aline, eu gostaria de saber...você apóia a minha campanha, não apóia?
- É sério, isso?
- É, ora.
- Passa pra ela.


[hahahahahaha]

o que gerou 28 minutos e 37 segundos de conversa no celular... mas só depois. Na hora? Só uns 3 minutinhos...

segunda-feira, junho 13, 2005

Just in case

Uma cama de casal, um sábado à noite, corações partidos,celulares desligados,cartas "de amor" recebidas...a receita que nos uniu para sempre.

É,começou assim.Por raiva,mágoa,tristeza, inconformismo...mas não se manteve,nem de longe, por isso. Somos mais que isso, desde aquele momento inicial.Vocês sabem.

Naquela noite em que resolvi contar TUDO o que estava acontecendo e que vocês me contaram também, criamos um vínculo (os três e mais 3 pessoas) que nada nem ninguém conseguirá desfazer. Não mesmo.

Amo vocês de uma maneira que "não tenho palavras"(hahaha) para dizer o tamanho desse amor. Amor puro, que só quer o bem e a felicidade, sempre. Mesmo que as coisas não saiam do jeito que eu gostaria. Mesmo que eu seja muito coração e vocês dois muito razão. Talvez por essa razão- ou quem sabe exatamente por isso- que dê certo.

Saudades gigantes...tempos bons aqueles em que a gente se encontrava todos os dias, quando bastava um estalar os dedos e estavam os outros ali.

domingo, junho 12, 2005

O que temos em comum

- Ei, minha mãe vai comprar sardinhas pra mim!
-Sério?Eu adoooooro sardinhas.
-É,eu também,mas nem se iluda que eu não vou te oferecer, não.

(algumas horas depois...)

-Arrá!Minha mãe trouxe sardinhas pra mim e eu nem pedi!
- Droga..e a minha nem trouxe. :( me dá?
- Claro que não,ora!São sardinhas!!!!

Em comum? Só as sardinhas!

E quem liga pra isso agora, hein?

Quem não tem namorado

"Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrimas, nuvens, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado, namorado mesmo, é muito difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira; basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim não tem nenhum namorado.

Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria e drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.

Não tem namorado quem faz pactos com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.

Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinicius de Moares ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; da ânsia enorme de viajar para a Escócia de avião ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compra junto.

Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não descobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d`água, show de Milton Nascimento, bosques, ruas de sonho ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu amado ser paquerado.

Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.

Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com as margaridas ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.

Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido"

Carlos Drummond de Andrade

...ninguém melhor que ele para falar de amor...

Dia dos namorados?

Fui pesquisar pra ver a origem dessa data aqui no Brasil e encontrei o seguinte:

" No Brasil, apesar de ser comemorado às vésperas do dia de Santo Antônio, o famoso santo casamenteiro, tudo começou com uma campanha realizada em 1949 pelo publicitário João Dória - na época na Agência Standard Propaganda - sob encomenda da extinta loja Clipper.

Para melhorar as vendas de junho, então o mês mais fraco para o comércio, e com o apoio da confederação de Comércio de São Paulo, instituiu a data com o slogan: "Não é só de beijos que se prova o amor".

A Standard ganhou o título de agência do ano e a moda pegou, para a alegria dos comerciantes. Desde então, 12 de junho se tornou uma data especial, unindo ainda mais os casais apaixonados, com direito a troca de presentes, cartões, bilhetes, flores, bombons....uma infinidade de opções para se dizer "Eu Te Amo!"."

Constatei, então,o que eu já sabia. Não que isso signifique que eu não vá mais comemorar esta data por causa disso, não mesmo. Foi só porque fiquei curiosa.

Este é o primeiro dia dos namorados, em 8 anos, que passo sozinha. Sozinha, assim, sem namorado,claro. Porque eu tenho meus amigos (e um deles está dodói,o que é uma verdadeira pena),estou sempre com algum ou alguns deles, graças a Deus.

Mas não era sobre isso que eu ia falar. Estou muito dispersa hoje; na verdade, desde sexta, mas isso não vem ao caso. Eu ia falar que andei refletindo.

Eu ia falar, mas agora não vem mais ao caso. Perdi o rumo,o fio da meada disso aqui, não sei mais o que queria dizer, aonde queria chegar...

Sabe o que é isso? Nem eu.

quinta-feira, junho 09, 2005

E por falar em amor...

Quem procura, acha. Parabéns pra mim. Agora eu me superei.

A raiva toma conta de mim, por ter tido tal atitude. Mas eu sou besta e gosto de sofrer. Uma vez me disseram que a tristeza me cai bem; queria que a raiva me caísse bem, isso sim.

Amor? Que tipo de amor é esse, que chega assim, em tão pouco tempo?? Não,eu não aguento...e entendo muito menos.

Ah,cansei...e tive que parar no meio desse texto, a raiva já passou agora. Você sabe que eu sou assim, besta.

Merda.
Tem dias que eu me sinto assim, um pouco menos gente.
Liga não, já que passa.Tem que passar.

No fim, era tudo triste...apenas triste.

Você sempre me deixa assim... com um vazio, uma tristeza que eu não sei explicar de onde veio e muito menos para onde vai.Uma vontade de vomitar, como se vomitando eu te tirasse de dentro de mim, como se vomitando eu conseguisse me libertar, esquecer de tudo.

Sim, eu quero esquecer. Quero esquecer tudo, o bom e o ruim. Deveria querer esquecer apenas o ruim, eu penso. Mas já está sendo tudo tão difícil dessa maneira, imagine se eu só tivesse lembranças boas, no fim? Como eu iria conseguir? Como eu iria pelo menos querer? Iria ficar estancada aqui, pensando em nós dois e em todos os momentos bons que tivemos.

É, tivemos bons momentos. Muitas gargalhadas, muitas histórias sem fim, conversas intermináveis, noites e dias românticos, à nossa maneira,claro. Nada muito convencional. As idéias mais loucas. Quem mais sai de casa num sábado à noite só porque viu uma propaganda?Acho que só a gente. E ríamos, felizes..Era o que eu mais gostava em nós dois. Momentos únicos. Timing perfeito.

O que aconteceu,hein?Até hoje eu me pergunto. Não deveria mais nem querer saber, mas não consigo. Em que momento nos perdemos um do outro, nossas vidas pararam de se cruzar?Ou, como você colocou, se cruzaram de tal forma que deixamos de ter nossas próprias vidas?

Ah, se eu soubesse...se eu soubesse que isso estava acontecendo, teria feito de tudo para não permitir. Provavelmente não teria mudado nada, claro.Mas eu teria feito mesmo assim. Queria tanto estar ao seu lado, que faria tudo para não te perder.

Perder o que, né? Perder o que eu nunca tive? Ninguém é completamente de ninguém, você dizia; mas acho que eu te tive ainda menos. Acho que você nunca soube quem eu era e/ou o que estava acontecendo. Deixou levar, na emoção. E eu também. A diferença é que eu sabia. Eu estava lá e queria estar lá, acima de tudo. O tempo todo.

E eu estava. Não apenas queria, mas estava. Talvez até demais, mas agora não adianta ficar pensando no certo e no errado. Fiz porque quis, como tudo que eu faço. Achava que deveria estar ali epronto. Depois a gente via no que ia dar.

E deu no que deu, né? Quando você acordou e viu...e me viu, percebeu que não era isso; que não era o que você queria, que não tinha nada a ver. Talvez eu esteja completamente enganada e só consiga compreender com o tempo, ou com uma longa conversa que eu não vou procurar ter. Não vale a pena. Não vale perder mais um segundo sequer do meu dia com você, ainda que seja para esclarecer certas coisas. Merece ser esquecido, melhor assim.

Quero esquecer. Quero e não consigo. Não quero reviver nada; não quero tentar de novo; não quero começar do zero, como você dizia. Quero apenas esquecer. E não consigo. Basta lembrar tua existência - acredite, já passo dias e dias sem lembrar você - que me dá um vazio, uma vontade de vomitar, exatamente como da última vez que estivemos juntos.

At the end, it was sad... just sad.

quarta-feira, junho 08, 2005

Não viaje.

- Que tu acha disso tudo,hein? Sério mesmo.
- Ora,sério mesmo..quando é que eu não sou sério?hehehe. Eu acho massa!
-Massa?Oxe...
-É,massa.
-??
- Ora..duas pessoas lindas (risadas,muitas risadas), inteligentes, que são loucas uma pela outra- tá na cara...tu ainda quer mais?
- Ah,mas isso é tão perigoso...
- Não viaje, querida, não viaje...curta o agora,viva isso e pronto. Acabou?Pena. Deu certo?Melhor ainda. Se você achar que isso te completa,vai em frente, de cara,sem medo.Se não, acabe logo pra ninguém se magoar e pronto.
- Unhum...
- Vocês, mulheres, complicam demais.Sabe qual é o problema?Vocês pensam demais em tudo, o tempo todo.Nada de fazer planinhos, querida. Nem pro fim de semana..nada,nada.Se for pra ser,vai ser. Sabe por quê? Fazendo os malditos planinhos,vocês sofrem por antecipação e se magoam por algo que nem era certo de acontecer e que realmentenão aconteceu. Não viaje.

Ela se levantou e foi na direção dele. Noite feliz.

Precisa mais?

- Ei,posso te confessar uma coisa?
- Diz.
- Teu fotolog fica quase o tempo todo aberto aqui no meu computador e fico só no "refresh".

segunda-feira, junho 06, 2005

Quatro Historinhas da Alegria


Alegria, alegria.

Alegria, alegria. Foi o que o DJ gritou, bem na hora que ele se aproximou para dançar comigo. Sim, ele era encrenca, das boas. Das boas? Alegria, alegria. Mais um copo de champanhe pra mim, mais outro de whisky pra ele. Alegria, alegria. Das boas deve ser uma com esse homem. Encrenca. Alegria, alegria. Eu estava assim, ele também. Que se dane o resto. O DJ, que comandava a festa, tinha mandado. Eu sabia o que estava fazendo, ele também: estávamos fazendo uma coisa errada. Alegria, alegria. Que tontura boa, vou me agarrar nele. Mas é só pra não cair, que desculpa boa. Boa? Eu estava me sentindo assim. Alegria, alegria.

Alegria, alegria?

Várias primeiras vezes para mim. A primeira vez que liguei para reservar um restaurante. A primeira vez que fui a um restaurante japonês. A primeira vez com pauzinhos (aqueles) e peixes morbidos num molhinho doce. Gostei dos enroladinhos de arroz. Gostei do saquê. Gostei da luz, dos olhos dele. Gostei que estava me encantando, gostei de não poder me encantar e mesmo assim estar me encantando. Alegria, alegria. Eu não pensava em mais nada. Qual foi a última vez que alguém pediu minha mão antes de simplesmente enfiar a própria dentro da minha blusa? Fazia tanto tempo que aquele beijo me pareceu o primeiro também, depois de muito tempo. Meu Deus, eu não podia gostar dele. Alegria, alegria?

Nada de alegria, alegria.

Alegria, alegria. Foi o que ele me pediu, quase me chamando a atenção, dá penúltima vez que foi embora com pressa.
Apesar de todo esforço, meu poder era uma ilusão. Apesar do desprendimento, eu me enganava o tempo todo. Apesar de toda aquela loucura, eu precisava da porra do romance e da porra do tempo calado para sentir prazer.
Daí vinha a sensação de que sem amor eu era apenas usada. Porque sem poder nenhum depois do horário da recomposição, sem tempo de sobra para relaxar o cérebro maluco e sem sonhos para o futuro, eu não ia muito além do tesão superficial. Em respeito a quem tá com preguiça de entender o que eu estou querendo dizer, vamos direto ao assunto: mesmo ele sendo lindo, gostoso, carinhoso, eu não gozava. Nada de alegria, alegria. Ele fecha a porta e volta para sua vida real. Para os dois, porque ele não era egoísta: tristeza, tristeza.

Alegria, alegria

Alegria, alegria. Eu me implorava. E dá para sentir isso o tempo todo? Eu me cobrava tanto ser feliz que às vezes perdia a noção de que já era. Fugir da felicidade ou fugir com ela?
Num ímpeto de tesão, ou talvez após um trabalho de consciência confusa que, por preguiça, acabava se decidindo impulsivamente, respondi ao e-mail dele: sim, senhor. Vamos para onde o senhor quiser, a hora que desejar e na posição que preferir.
Nem todas as histórias precisam ter virgens pálidas chorando às margens de um mar de espumas. Nem tudo precisa ser romance tuberculoso. Sim, eu tossi. Mas foi porque engasguei com outra espuma. Espuma de banheira, com teto solar. Ele, batatas fritas e queijo quente. Pratos prediletos. Alegria, alegria, muita alegria. Dedos enrugados, água no ouvido, mão no coração. Numa mistura de nojo da água com prazer da água. Numa mistura de romance com sacanagem. Numa mistura de piadas e breves assuntos sérios. Sim, estou fazendo poesia, mas não é para rimar e nem chorar. Gozar? Nem vou dizer quantas vezes. Alegria, alegria.


.:Mais um da Tatiane Bernardi,porque me identifiquei comalguns textos e porque hoje, apesarde tudo e de todos eu tô alegria,alegria! :.

sábado, junho 04, 2005

Se eu me apaixonar, estraga.

É, estava refletindo sobre isso. Meus relacionamentos começam a não dar certo a partir do momento em que me apaixono.

- E o que falta prá virar namoro?
- Eu me apaixonar....mas se eu me apaixonar, estraga.
- E como é isso??

É assim:

Tudo vai indo bem, muito bem, até que um belo dia eu acordo antes da hora, com um frio na barriga, as nossas velhas conhecidas "borboletas no estômago".É, elas mesmo. Aí eu respiro fundo e digo"fudeeeeeeeeeeeu", porque sei que foi isso mesmo que aconteceu. São mais precisas que relógio,essas borboletas. Uma coisa.

A partir daí, o que era simplesmente algo bom, torna-se uma angústia, quase um tormento às vezes. Já acordo ansiosa, aguardando o momento do dia em que vou encontrar o ser que me causa isso, e na hora em que ele chega, o sangue volta a correr pelo meu corpo e esqueço de tudo por alguns momentos. Só rio e rio e fico lânguida,lânguida...

E pronto. Não dá pra explicar o resto, só sei que estraga. Estraga mesmo, pelomenos comigo; pelo menos é assim que tem sido. Quando ele sabe o que eu sinto, perde o interesse, perde a graça, perde o encanto,sei lá. O fato é que muda e isso é ruim.

E agora, como fazer pra não me apaixonar? Tem fórmula, tem?

De mocinha a bandida?

E agora eu que estou de vilã na história. Como é que pode, uma coisa dessas?

Não sei ao certo quando essa "idéia" surgiu, e nem se é realmente assim que estão me vendo, mas, de uma hora para outra, passei a me sentir assim.

Por toda a minha vida ouvi que devemos nos aproximar e cultivar coisas boas e nos afastar ao máximo do que nos faz mal. Até você vivia me dizendo isso, lembra?

E agora que eu "obedeço", fica assim? Agora que eu reuní todas as minhas forças, tirei coragem só Deus sabe de onde e respirei fundo para voltar a viver em paz, eu sou má? Eu que não presto? Não entendo mais nada agora.

Não quero me sentir culpada, mas tô me sentindo e tô com raiva de mim por isso. Meu lado bonzinho ainda está vivo dentro de mim, e muito vivo. E isso é uma droga,sabe? Porque fico pensando e me remoendo toda, cogitando a possibilidade de voltar atrás na minha decisão e tentar conviver com isso; mas agora não dá. Não mesmo. Não possofazer isso. Não posso nem querer fazer isso.

Por que estou me sentindo mal por fazer a coisa certa? Sim, porque eu sei que isso é o que se deve ser feito; é imprescindível agora. E não adianta você nem ninguém vir me dizer que não precisa ser assim, que somos adultos, maduros, que temos que aprender a lidar com o que acontece conosco da melhor maneira possível...não adianta.Não mesmo. O único jeito que eu vislumbro agora de "move on" é assim. E sinto muito.

Não, tô mentindo. Na verdade, não sinto muito não. Não sinto, nem me sinto mal por não sentir. Isso não existe, seria muita hipocrisia minha falar isso, e você sabe o quanto eu detesto hipocrisia.

E sabe o que resultou disso tudo, dessa história toda, da nossa história?

Mal- estar.

E só.