Desabafos

sábado, abril 30, 2005

Perhaps

Eles já conversavam há algumas horas quando ele pediu uma massagem(ou será que foi ela quem ofereceu?já nem lembravam mais).

E assim foi feito.Não havia no mundo mais prazeroso para ela que massageá-lo naquele momento; observar sua feição mudar enquanto ela deslizava suas mãos agéis e delicadas por suas costas - e ela sabia exatamente o que fazer e onde tocar, onde precisava passar mais tempo e sabia que ele estava gostando, ainda que não dissesse.

Ela não tinha pressa,ele também não,ainda que tivessem uma infinidade de coisas para resolver, não trocariam aquele momento por nada.

E quando ela resolveu que estava na hora de subir e caminhar em suas costas, ele não reclamou. Ao contrário, pediu que continuasse. E la´ela ficou: passeando suavemente em suas costas, deslizando os pés entre seus ombros e nuca,apertando os dedinhos contra sua pele macia, enquanto cantarolavam juntos "Perhaps, perhaps, perhaps".


Perhaps,perhaps,perhaps - Cake


you won't admit you love me
and so how am i ever to know?
you only tell me
perhaps, perhaps, perhaps
a million times i ask you
and then i ask you over again
you only answer
perhaps, perhaps, perhaps
if you can't make your mind up
we'll never get started
and i don't wanna wind up
being parted, broken-hearted
so if you really love me say yes
but if you don't dear confess
and please don't tell me
perhaps, perhaps, perhaps

if you can't make your mind up
we'll never get started
and i don't wanna wind up
being parted, broken-hearted

so if you really love me say yes
but if you don't, dear, confess
and please don't tell me
perhaps, perhaps, perhaps
perhaps, perhaps, perhaps
perhaps, perhaps, perhaps

Fuga

Tô enchendo o saco disso aqui, dessa minha vida parada, inútil;
Que eu não sei pra onde tá me levando, não sei que caminho estou seguindo ou devo seguir.

Sinto uma grande necessidade de estar com alguém, sempre;qualquer pessoa, que eu saiba que eu possa contar, que está ao meu lado pra tudo,sabe?

Só que, ao mesmo tempo, quero ficar só; me isolar de tudo e de todos.

Sumir.Desaparecer.Esquecer da realidade.

Fugir não resolve, você diz. Será que não?Não é o tempo que vai curar tudo isso que estou sentindo?

E se eu me isolar ainda mais?Sim,porque tomei consciência há pouco de que é isso o que estou fazendo. E está sendo bom,ao menos por enquanto.Só não é perfeito porque volta e meia você aparece e bagunça tudo de novo.

Mas não pense,seu egocêntrico duma figa, que você é meu principal problema. Que você é o principal motivo para eu querer me isolar...Não,acho que você não pensaria isso.

Você sabe de tudo, até demais. Você sabe o que anda se passando na minha cabeça ultimamente;como me sinto (se é que alguém sabe), o que estou procurando, o que anda acontecendo...

Você diz que eu não te conto nada e você sabe que é mentira isso.Eu conto pra você coisas que eu nunca,jamais, contaria a alguém. Os pensamentos mais profundos.

Ai...já fugi do que eu queria realmente escrever...tah vendo?até isso estou evitando e agora eu cansei!

Anestesia

Sempre as mesmas coisas
as mesmas pessoas
os mesmos problemas
os mesmos pensamentos
sentimentos
tristezas
alegrias

saco cheio de tudo isso!

Quero ir embora
para um lugar onde eu não sinta dor
onde eu não fique apreensiva
por tudo
e por nada
....
por você
com você
sem você

quinta-feira, abril 14, 2005

CIGARRO

Era uma dessas praias bem rústicas. Eu estava saindo de um restaurante, quando o vi. Ele estava parado, olhando o céu e o chão enquanto fumava um cigarro.

Foi a primeira vez na vida (e provavelmente a única) que queria fumar. Só para ter um pretexto não tão cara-de-pau assim para ir falar com ele.

E ontem eu te vi fumando pela primeira vez. Nesse tempo todo, o máximo que eu via eram vestígios. Vi você acendendo o cigarro, colocando o braço para fora do carro, tragando, soltando a fumaça, jogando as cinzas fora.

Me desapaixonei um pouco naquele instante...tem gente que fica bem fumando, combina até; você não. Deve ter sido isso ou então tá passando.

Olhei para aquele cigarro e para suas mãos, você brincando com ele, passando por vários dedos sem a menor preocupação. Naquele instante, senti que sou para você exatamente isso: um cigarro que você fica brincando entre os dedos...

domingo, abril 10, 2005

Amor batendo à porta

Há uns 3 anos, sofrendo daquele mal "dor-de-cotovelo" um amigo me disse que não sofresse nem me preocupasse que, quando eu menos esperasse, o amor iria bater à minha porta.

Lembro que quando meu amigo falou essa baboseira toda, comecei a rir porque fiquei imaginando a cena acontecendo ao pé da letra e seria, no mínimo,surreal.

E ontem ele bateu. Precisamente à 00:22. Dizendo que era o fulano (Amor), irmão da beltrana. E eu fechei a porta na cara dele. Eu ria tanto, mas ria tanto da situação toda, que meu sono foi embora.

Era engano, claro. Amor errou o lugar da festa que ele ia. Aqui, agora, não tem espaço pra Amor.

Amor é lindo. Alto, loiro, forte. Soube também que é romÂntico "daqueles que ainda mandam flores" e apaixonado; adora uma poesia, escreve muito bem e desenha idem. Amor gosta de sair, dançar, viajar (principalmente se acompanhado da sra. Amor). Amor tem um senso de humor único, uma sensibilidade incrível, muito tato. Amor tem uma tatuagem linda nas costas. Amor é bem-humorado e adora brincar; parece criança às vezes. Amor tem as mãos grandes, é espaçoso, faz você se sentir segura. Amor é forte e ama intensamente. Amor não tem medo de intimidade. Não diz que quer você, mas "só se for assim ou assado". Ele quer vocÊ por inteiro, com todas as vírgulas e ponto final. Amor é estável, não tem crise existencial que abale o relacionamento. Amor sabe o que quer.

Amor é lindo, mas não é o meu.

sábado, abril 09, 2005

Mazelas

Eu sou uma menina assim, cheia de mazelas. Pronto, falei. Isso não é nenhuma novidade para qualquer um que conviva comigo, precisa nem me conhecer muito e você já vai ouvir alguma queixa sobre alguma dor que eu tô sentindo em algum lugar.Um saco,na verdade.

Meu terapeuta diz que mulher que fala que tem dor ou doença não casa.Pfffff...coitada de mim!Se ele sabe que eu tô publicando um negócio desses, triplica minha quantidade de sessões e, de quebra, passa uns remedinhos!

Mas é verdade, fazer o quê?Agora, por exemplo. Sábado à noite, uma mega-ultra-super-hiper programação pós-festinha na casa de minha amiga e o que acontece? Começo a sentir A enxaqueca...incrível isso.

Tinha 13 anos quando tive minha primeira crise. Depois de passar um mês, eu disse UM MÊS, inteiro com dor, chega o diagnóstico:eu faço parte dos 5% da população feminina que tem crise de enxaqueca sem motivo!Privilegiada, não?

Aqui estou, me remoendo e ainda muito tonta, escrevendo para vocês sobre minhas dores e frustações, enquanto meus amigos estão terminando de se arrumar para sair.

Minha companhia esta noite:
- meus travesseiros de vários tamanhos;
- lençol de cetim;
- escuridão;
- Neosaldina (que não vai nem de longe melhorar a dor, mas...)

no som, a obra completa de Mozart; bem baixinho, que é para não aumentar o enjôo.

segunda-feira, abril 04, 2005

Romântica pra cacete

Nem todo dia tem Sol, nem toda sobremesa é cheese cake e nem toda relação homem e mulher é romance.
E você vai fazer o quê?
Vai se matar por causa do cinza acima da sua cabeça? Vai tremer hipoglicêmica e carente porque só sobrou torta holandesa? Vai se manter virgem e intacta até aparecer o homem que vai te dar uma casa com cerquinhas brancas, cachorrinhos e bebês?
Claro que não, você vai viver a vida, curtindo o que ela tem de melhor. E o que um bonitão que só quer te comer pode ter de melhor? Bom, eu poderia fazer uma lista. Mas a droga do romance estraga tudo isso, a droga dos filmes românticos nos enganam como as propagandas de cerveja que enchem de gostosas os babacas segurando um copinho.
Por que raios a gente tem de romantizar qualquer demonstração de carinho de um homem se na maioria dos casos eles só querem nos comer?
E por que ficamos tão putas se eles apenas nos comem e caem fora?
Quem disse que eles são obrigados a nos amar eternamente só porque conheceram de perto a nossa beleza interior? E, finalmente: que mal há em sermos gostosas e os homens quererem nos comer?
Por que isso parece ofensivo? Por que nos sentimos usadas se ambos estão lá de livre e espontânea vontade?
Isso é herança das mulheres pudicas, sonhadoras e donas de casa do século passado ou a célula do romance vai eternamente se multipilcar e passar de geração em geração através das mulheres?
Eu tento, juro que tento. Mas a droga do romance não me deixa em paz.
Eu não tenho mais idade para ficar morrendo de vontade de dar para um cara e ficar enrolando até ouvir juras de amor eterno (que podem ser só para me comer), francamente isso não é coisa de mulher!
Mas depois passo anos pensando se não fui muito fácil.
Eu vou lá, mato minha vontade, tomo um belo banho, volto independente e resolvida pra casa e acordo no dia seguinte morrendo de vontade de ganhar flores, receber ligações românticas e promessas eternas.
É uma praga.
Conscientemente eu sei que nem todos os caras querem namorar comigo, e mais conscientemente ainda eu sei que eu também não quero namorar com a maioria deles. Mas lá dentro fica a dúvida: será que fui usada?
Da onde vem esse sentimento fraco, submisso, antigo, arcaico, pobre e idiota de que numa relação sexual o homem é o dominante que come e a mulher a coitada que é comida?
Claro que tem os babacas que nos fazem sentir assim, não se preocupam com o nosso prazer e agem na velocidade do prazer deles.
Mas tirando esses babacas (e depois que você experimenta um quase sempre fica descolada para afugentar os outros) por que um homem que te trata bem, te come direito, com carinho, com respeito e depois não quer namorar com você, te ofende?
E por que se ele te tratou tão bem, com tanto carinho e respeito, só quis te comer e caiu fora? Precisava se dar tanto trabalho?
A vida é complicada. E a vida é complicada porque nós mulheres romantizamos tudo, ou quase tudo. Ou justamente o que não deveríamos.
A gente faz planos mesmo em cima dos silêncios deles. A gente vê beleza em cada sumiço. A gente vê olhares de amor no mais puro olhar de tesão. A gente acaba de trepar e é batata: deita no peito deles!
Ah, o romance! Mulher que é mulher não consegue fugir de um.
Você pode até levantar apressada, fumar um cigarro, olhar a janela. Você
pode disfarçar. Mas lá no fundo, bem escondido, estão seus sonhos de entrar
de branco numa igreja e ver lá na frente aquele homem para quem você acabou
de dar.
Você vai para o banho super senhora de si, mas enquanto a água escorre levando restos de células esfregadas e sêmens, você fica na dúvida entre se ele vai ligar no dia seguinte e o nome dos filhos.
Será que ele vai ter os olhos do pai?
Eu cansei de ser assim, por que não consigo ver os homens como diversão se eles conseguem tão facilmente nos ver assim?
Por que não posso aceitar que nem tudo é romance?
Por que a droga da chuva me lembra todas as vezes que eu voltei para casa
sonhando e no dia seguinte me deparei com a frieza do dia seguinte?
Por que a droga do jazz me lembra a vida perfeita que eu sonho a cada ombro cheiroso que me cega os problemas e me ensurdece a espera?
Por que a droga da noite me lembra os corpos amados que ainda que cansados e tombados nunca caíram por mim?
Aonde está você pelo amor de Deus! Aonde está você? Não vê que estou cansada de pertencer a todos e não ser de ninguém? Não vê que minha devolução me enfraquece cada vez mais em me entregar?
Não vê que na loucura de te encontrar não meço as entregas? E elas nunca são entregas porque eles nunca são você.
Porque comecei este texto tão bem e mais uma vez esqueci de ser a mulher moderna que eu tanto gostaria de ser para lembrar a mulher romântica que espera por você a cada esquina, a cada decote, a cada riso nervoso que solto
em forma de grito à espera do seu socorro.
Eu vou continuar vendo você em todos esses crápulas que fingem ser você para vulgarizar o meu amor. Eu vou continuar cheirando você em todos esses suores fugazes que me querem num conto pequeno. Eu vou continuar lendo a nossa
história em contos pequenos.
Cadê você que some a cada som que não me procura? Cadê você que parece ser e nunca é porque desaparece no cansaço das relações?
O meu amor acaba por todos, a minha espera cansa por todos, a minha raiva ameniza por todos. Mas a minha fé por você cresce a cada dia.
Eu posso transar no primeiro encontro, eu posso transar por transar. Eu posso trepar. Eu posso te encontrar num flat na hora do almoço para uma rapidinha. Eu posso reclinar o banco do meu carro e mandar ver. Eu posso deixar você não me beijar na boca. Eu posso aceitar que você nunca me leve de mãos dadas a um cinema. Eu posso ser uma noite e nada demais. Eu posso ser um banheiro e nada mais. Eu posso ser nada mais.
Mas eu nunca, em nenhum momento, deixo de romantizar a vida, cada segundo, por mais podre que seja, dela. Eu nunca deixo de procurar você. Eu nunca deixo de acreditar que você exista, e eu nunca deixo de acreditar que você
faz o mesmo a minha espera.


Esse texto não é meu. É que hoje estou de tal maneira deprimida que, apesar do turbilhão de idéias e da infinidades de textos iniciados e não-acabados, não consegui desenvolver nenhum à altura do que estou sentindo agora e resolvi postar esse aqui, da Tatiane Bernardi, minha atual ídola.

sábado, abril 02, 2005

Antes que eu me esqueça...

Situação 1:
- Olha, eu vou viajar e tô sem celular, mas te dou notícias, tá?
E nunca mais deu as caras.

Situação 2:
- Eu gosto muito de você, mas tô te magoando, te fazendo sofrer; antes que eu te magoe mais (é o q, manx???) é melhor a gente se separar.

Situação 3:
- Precisamos conversar, mas tudo vai se resolver, viu? Durma bem e não se preocupe.
E acabou o namoro.

Situação 4:
- Você é muito especial, mas eu gosto de outra pessoa.

Ah, meu irmão!tô muito é puta, isso sim! E não, não tô simplesmente "tomando a dor" dos outros, não...que putaria é essa??
Que a bruxa tá solta eu já sei...afinal, todo dia fico sabendo de mais um relacionamento que prometia e que foi pro espaço (nesse exato instante contabilizo 12). Que é que tá acontecendo com todo mundo?Eu não entendo mesmo.

Quem me conhece, sabe que eu não suporto aquele pseudo-médico-babaca do último bbb, mas ele falou uma coisa que realmente é verdade:"quanto mais eu conheço os homens, mas eu gosto dos meus cachorros."

O pior são aquele confusos. É, isso mesmo, tô me referindo a você. Não sabe o que quer, finge que sabe e fica fazendo uma merda atrás da outra. Como você mesmo disse: empatando a vida dos outros. Não quer ficar do meu lado, mas também não sai de perto!anhan!! O típico "nem fode, nem sai de cima". Sei não...

E antes que eu me esqueça: Vá se fuder!!! (e não, isso não é nada pessoal...é para todos os babacas e as babacas que ficam empatando a vida dos outros, que decidem que não querem mais e tchau, sem ter nem pra quê).

p.s.:não levem esse texto ao pé da letra, é só raiva mesmo; tem certas coisas acontecendo ao meu redor e são tão injustas, mas tão injustas que doem só de pensar.